terça-feira, 9 de outubro de 2012

O nome do mascote


Amijubi, Zuzeco ou Fuleco... O Mascote da copa de 2014 vai possuir um nome criativo?

Basta procurar numa gramática da língua portuguesa que acharemos como se dá o processo de formação de palavras. Se você quiser criar um nome, por exemplo, tem ali um ótimo roteiro: por derivação, composição, redução, etc. 
Particularmente, gosto bastante de uma expressão que sofreu uma contração curiosa: "nesse instante" tem sido pronunciada (e escrita na Internet) como "nestante", mas isso não vem ao caso.
Algo criativo sempre é algo diferente, mas não é criando uma "aberração nominológica" que se faz criatividade com boa qualidade. Buscar algo diferente, portanto, nem sempre é criativo.
Colocar um tatu-bola como mascote brasileiro é algo simples, lógico e naturalmente esperado, mas apresentar três sugestões de nomes, todos os três criados a partir de um mesmo processo de formação, é algo criticável. Ainda mais inserindo em dois desses três nomes o prefixo usual "eco" apenas porque ecologia é um assunto de grande repercussão atualmente, e como sufixo!, ainda por cima, de Zuzeco e Fuleco.
De onde surgiram esses nomes? Da FIFA, cujas explicações podem ser vistas aqui.
Ok, vamos tentar decifrar isso como algo voltado para crianças: "Azulzeco", mesmo sendo o amarelo predominante, seria a cor mais chamativa do tatuzinho chargeado; e "Futeboleco" poderia ser explicado como se o futebol fosse o esporte mais ecológico do mundo!
Nas duas formas, contudo, o prefixo familiar que virou o sufixo "eco" dá a sensação de que o mascote não vale nada, como em muitos exemplos em nosso idioma. 
Alguém lembra do "refrigereco"? Foi uma paródia de refrigerante ruim que a Coca-Cola inseriu em comerciais para combater a famosa Tubaína, uma imitação do famoso refrigerante. Quem não se lembra, clique aqui para assistir no YouTube e preste atenção no "take" abaixo, ou assista aqui (ou aqui) outros vídeos que falam do "refrigereco":



Refrigereco: campanha publicitária da Coca-Cola

Resta Amijubi, uma quase-sigla (outro processo de formação de palavras) que une amizade e júbilo....
JÚBILO!?!?! Alguém na FIFA devia estar lendo a Bíblia, pois essa é uma palavra só vista em textos arqueológicos! (E olha que quizeran enfiar Ecologia de qualquer jeito por ser um tema atual, heim!)
Alguém usa "júbilo" hoje em dia? No mínimo, é uma contradição em relação a "eco", tão na moda atualmente.
E o pior é que eles justificam dizendo que "juba", em tupi-guarani, quer dizer amarelo, a cor do mascote!!! Outra "história para boi dormir" que não dá pra engolir, e uma lição que não se deve seguir. Afinal, quem procura valorizar a cor (amarela do bichinho ou o azul de Zuzeco) e, ao mesmo tempo, forçar uma relação com ecolologia, mira em dois assuntos diferentes com uma bala só e querendo acertar três alvos distintos: a cor simbólica, a ecologia na moda e o futebol. Ah, sim, justificam o azul porque é uma cor bonita, do céu, do mar... e da carapaça do mascote. oO
Convenhamos, Amijubi é o melhorzinho, mas se fosse para valorizar a amizade, que chamassem o mascote, simplesmente, de Amigo! Seria muito mais familiar, simpático e belo. 
Ao lançar essas três esquisitices, a FIFA chutou três vezes e está prestes a marcar um gol-contra! E o pior de tudo é que eles não aceitam mais novas sugestões.

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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Carreira Criativa

Carreira tradicional "versus" carreira criativa dispersa
Nesta penúltima semana de abril de 2012, um médico (e antropólogo, o asio-americano Jim Yong Kim) assumiu a presidência do Banco Mundial. Diante de seu currículo, é impossível fugir à discussão entre seguir uma carreira tradicional, linear, em comparação a uma "carreira criativa", pautada por diversas áreas em que se deu a formação profissional.
Guardadas as devidas cautelas em determinados casos, como a preponderância de indicações políticas, a ocupação de altos cargos sempre foi marcada por escolhas baseadas no que a pessoa é capaz de fazer de diferente para mudar a organização. Bom, pelo menos nos últimos 20 anos, quando a palavra de ordem passou a ser "inovação"!
Evitemos especular sobre qual  "o" melhor caminho: seja uma carreira escalonada ou um currículo marcado por atuações em diversas áreas e garimpagens em diversos campos.
Em se tratando de grandes e centenárias corporações, obviamente, a carreira no sentido tradicional é o que se espera encontrar, mas há de se destacar que, nos níveis estratégicos mais altos, uma das qualidades exigidas para esses cargos é a capacidade de fazer (e lidar) com elementos que podem ser extremamente díspares em relação ao que sempre foi o cerne, o "core business" do empreendimento.
Uma carreira criativa segue outros parâmetros. Ao invés de ser construída sobre tijolos empilhados de conhecimento adquirido, abrange pontos diversificados e se envereda por áreas que agregam valor qualitativo aos que possuem uma certa natureza curiosa e inquieta a ponto de mergulharem em atividades aparentemente sem nexo umas com as outras.
É assim que surgem pedagogos que mesclam aulas com o teatro, físicos que se tornam artistas, estilistas que vão trabalhar na construção de navios, professores de história que se tornam maitres... e médico-antropólogos que são escolhidos para liderar uma das maiores instituições financeiras do mundo.
Vantagens e desvantagens existem para qualquer lado que se olhe, mas o que parece é que carreiras criativas estão sendo bastante valorizadas neste momento. O panorama de carreira ideal, contudo (e pelo que podemos ver atualmente), vem se configurando como aquele que alia uma progressão de conhecimentos profissionais à agregação de ampla visão e cultura gerais.


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quarta-feira, 28 de março de 2012

Como quebrar paradigmas

Um Círculo: em quê você pensa quando "O" vê?
O consultor e palestrante Herik Menezes recentemente postou no LinkedIn uma pergunta muito interessante: "Qual a melhor prática para quebra de paradigmas?"
Ora, um paradigma é um modelo mais ou menos rígido de pressupostos, crenças e valores que criam um conceito estável em si mesmo, em relação a qualquer coisa que seja ou um assunto socialmente compartilhado. Sua "quebra", certamente, inclui algo novo a ser criado.
Contribuí no site com uma resposta que insere, justamente, a questão de termos em mente modelos fixos que podem ser quebrados com idéias, digamos, "criativamente repensadas". Por exemplo, um círculo. Quando você olha para o círculo da imagem acima, em quê pensa?
Voltemos ao que interessa:
A pergunta de Herik se refere à melhor prática para quebra de paradigmas. Uma das mais interessantes, na minha opinião, é a prática do Ricardo Semler, que consiste em uma reunião periódica que acaba somente quando alguém der uma sugestão para a empresa em que outros digam "Você deve estar louco!". Particularmente, já usei quebra-cabeças em um encontro com integrantes de uma cooperativa de confeiteiras, mas, caso haja possibilidade técnica, sugiro apresentar uma edição de um filme cujo ator principal, Tim Robbins, apresenta uma idéia revolucionária que consiste num desenho, em papel, de um "O". Ele fica rico com a venda do produto. (Na verdade, se torna presidente da empresa em que começou como mensageiro.) Mais tarde, outra pessoa apresenta outra idéia revolucionária com o mesmo desenho de um "O", e vemos à nossa frente outro produto de enorme sucesso!
O filme se chama "The Hudsucker Proxy" ("Na roda da fortuna", no Brasil, e "O Grande Salto", em Portugal).
Vale a pena ver o filme, nem que seja para descobrir quantos paradigmas você tem em mente, e sequer pensa em "quebrar".


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quinta-feira, 8 de março de 2012

Rua que muda de nome


As ruas de nossas cidades mudam de nome, algumas vezes (às vezes mais do que deveriam). Condomínios recém-criados passam por essa experiência, mas os políticos são os maiores responsáveis pela troca dos nomes, em certos endereços.
Conversando sobre isso com um taxista, ele me disse que "Nenhuma rua deveria ter nome de político!".
Respeitando a opinião desse profissional, surgiu a idéia de homenagear pessoas que, realmente, fazem algo pelo ser humano. Como ter salvo uma vida.
Esse é o caso, por exemplo, de Vítor Suarez Cunha, que defendeu um morador de rua que estava sendo espancado no bairro da Ilha do Governador, na cidade do Rio de Janeiro, e, por isso, foi parar no CTI de um hospital.
Aquela conversa gerou a idéia de que uma rua da cidade, que não seja residencial ou comercial, receba o nome de "Rua Decanato...", seguido do nome de uma pessoa que mereça ser lembrado por dez anos, em regra, desde que não desmereça a homenagem, nesse período.
Algumas "ruas" são meramente "administrativas", vias de acesso ou ruas dentro de complexos administrativos, paisagísticos, esportivos, etc., cuja alteração em seu nome não traz (ou não traria) aborrecimentos para ninguém, principalmente porque seria conhecida, apenas, por "Rua Decanato".
Uma idéia criativa [ainda não me acostumei com as "eia's" sem acento] que pode ser implementada em cada cidade, e incentivar o reconhecimento por algo mais essencial do que 15 minutos de fama.

* FONTE DA IMAGEM: http://www.flickr.com/photos/marcopajola/4440071982/

P.S.: No dia seguinte a essa postagem, dia 09/03/2012, saiu uma reportagem no Bom Dia Brasil, da REDE GLOBO, sobre qual o nome de rua mais encontrado no Brasil: "Rua 2"! Isso mesmo!!! Para ter noção de quantas ruas ainda precisam ser nomeadas em nosso país (e uma demonstração de que o Brasil ainda está em construção!). Por sinal, este que vos escreve morou na Rua 15 , em sua infância, antes de ser renomeada para homenagear o padre que construiu uma imensa igreja (maior do que a Matriz) naquele bairro. Mas havia uma Rua 2 no sub-bairro da Morada do Sol, que eu avistava de minha casa, que era o morro preferido pelos garotos para descer de carrinho de rolimã!:)

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Propagandas Criativas

Propaganda em uma bolsa de shopping incentivando o cuidado com crianças
Propagandas e peças publicitárias podem ser muito criativas "apenas" (algo que não é simples) colocando imagens onde ninguém esperaria, mas que cabem muito bem no ambiente ao redor.
Quem pesquisar na internet por "propagandas criativas" irá encontrar muitas placas, "outdoors", painéis e, inclusive, uma caixa transparente com muitos maços de dinheiro dentro, em uma calçada, como propaganda de uma fábrica de vidros super-resistentes. O problema, como nesse caso, é que muitas dessas "coisas" destraem motoristas, atrapalham pedestres, etc.
Comerciais de TV não possuem fórmulas de sucesso, mas os ingredientes são bem conhecidos dos publicitários. Quem não se lembra de, pelo menos, três "musiquinhas" ("jingles") de comerciais de sucesso?
PublicidadeS com crianças, animais e mulheres bonitas são maioria... e não é mero acaso! Elas chamam mais a atenção, e se fixam na memória mais facilmente. E, quando alguém junta um bom tema musical a crianças vestidas de animais, o resultado só pode ser esse:


 Bom, na realidade, eu prefiro esse aqui...
 
...sei lá... deve ser porque mostra que sempre é possível ser mais criativo!

 
 * FONTE DAS IMAGENS: Internet - campanha contra o autismo; Mamíferos Parmalat e Mamíferos, agora maiores!



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sábado, 18 de fevereiro de 2012

Novela brasileira e a antecipação da realidade

O que Júlio Verne e algumas novelas brasileiras possuem em comum? A antecipação de coisas que poderão acontecer no futuro! Mais que isso, algumas novelas se aproveitaram do momento de descobertas, como "O CLONE", de Glória Perez.
Atualmente, duas novelas globais falam do mesmo assunto: a doação de gametas para outras pessoas que, por afinidade emocional, requerem a paternidade do rebento.
Criatividade? Bom, amigos, não sejamos ingênuos a ponto de descartar totalmente a possibilidade de autores de uma mesma emissora não trocarem opiniões em reuniões corporativas.
Uma indicação de que isso acontece foi a recente acusação de Aguinaldo Silva contra Walcyr Carrasco sobre o aproveitamento de uma personagem mãe, trabalhadora, que luta para que o filho, que a despreza, termine a faculdade. (Mais detalhes aqui: Novelistas Walcyr Carrasco e Aguinaldo Silva brigam na Globo por tramas parecidas)


* FONTE DA IMAGEM: http://unisite.com.br/Saude/28297/Personagens-de-novelas-que-se-tornam-simbolos-sexuais-estao-relacionados-a-sensualidade-brasileira.xhtml




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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Criando um Sherlock Holmes

Sherlock Holmes não foi o primeiro detetive na história da literatura policial e de mistério a aplicar métodos para resolver seus crimes, mas Arthur Conan Doyle se destacou pela inventividade. Da leitura de "Um Estudo em Vermelho", o primeiro livro, é posível observar que, além das referências a personagens de ficção famosos na literatura de sua época (dos quais escarnece) e de algumas técnicas que viriam a ser exaustivamente utilizadas por outros autores, como "quebrar" a história para entrar com uma ramificação narrativa que se "encontra" com a primeira (como fez Sidney Sheldon em "O Plano Perfeito), destaco uma fala de Sherlock Holmes ao detetive Gregson, colega e concorrente do famoso detetive Lestrade: "Dê uma lida na história, não deixe de fazê-lo. Nunca há nada de novo sob o Sol. Tudo já foi feito antes".
É certo que a humorada frase de Chacrinha, "Na televisão nada se cria, tudo se copia", pode ser um certo exagero, mas, vindo de alguém como Conan Doyle, é preciso repensar algumas coisas, quando a intenção é criar algo novo. Aliás, o próprio criador do famoso detetive chegou a "matá-lo" para se dedicar a romances históricos, o que nos dá uma grande "dica" para elaborar personagens com carisma intelectual: conhecer muito bem de história!

* FONTE DA IMAGEM: The Baker Street Blog (http://www.bakerstreetblog.com)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Juro, eu não sei fazer contas, operações matemáticas...


 ... não do jeito que me foi ensinado na escola.
Eu confesso, quando tenho que fazer alguma "conta de somar", do tipo 8 + 16, eu faço do 16 um 14, completo o oito e "fecho" uma dezena, para facilitar.
Quando eu estava na escola, minhas contas de multiplicar tinham uma conformação, no papel, diferente do normal: aqueles numerozinhos que "vão" (do tipo "vai um", "vai três", etc.) ficavam "escalonados" quando eu precisava "tirar a prova real". Assim eu os "descia" apenas por verificação visual.
Difícil de entender? Que seja, não recomendo esse "meu método" para ninguém. 
Fiquei ligeiramente consolado quando, na "extinta" revista SUPERINTERESSANTE (não é o que já foi, um dia, essa publicação), um professor relatou, em sua matéria, que certa professora repreendeu uma aluna porque ela estava usando soma na operação de divisão, para calcular o "resto".
Na minha visão, muitos alunos, isto é, crianças, possuem dificuldade para aprender porque procuram "fazer encontrar" a solução proposta com sua própria concepção. E, às vezes, por serem rebeldes, se recusam a aceitar o método "imposto" (pelo menos, durante algum tempo; alguns com menor autoestima "desistem", de certa forma, e isso é muito ruim). Educar, etimologicamente, na opinião de alguns especialistas, é "trazer para fora". Para outros, é moldar. Particularmente, acho que são as duas coisas, alternadamente.
Postei o vídeo acima porque os educadores, o casal Toffler, mostram que o sistema indiano de ensino procura incentivar a criatividade "multiplicando" a tabuada (o que, é claro, eles discordam).
*FONTE DA IMAGEM: YouTube - Alvin Toffler on Education

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

As escolas matam a criatividade?

Ken Robinson, em palestra para a TED, uma ONG que tem as iniciais de Technology, Entertainment, Design.

Ken Robinson (Sir) é genial. Por que? Porque jamais vi um britânico com senso de humor igual!!!
Quanto à sua palestra "As escolas matam a criatividade", de 2006 (link aqui), é imperdível. Mas discordo um pouco dessa afirmação.
Dois mitos precisam ser demolidos:  I. os maiores gênios tinham dificuldade com a escola, logo, a escola tolhe a genialidade (e a criatividade); II. a escola precisa ser um lugar de produção de criatividade.
Em minha modesta, rude (raro!) e sintética opinião, os gênios mais populares da humanidade enfrentaram inúmeros fatores antes de se tornarem geniais, e a restrição da escola, na imposição de aprendizados e regras, algumas vezes esteve presente.
Há uma certa contradição, nessa palestra. Em um dos exemplos citados, uma aluna com dificuldades se tornou exímia bailarina e genial coreógrafa: foi para uma escola de dança.  Mas duvido que tenha deixado de ir às aulas de Matemática.
A escola impõem muitas coisas: saberes, horários, comportamentos... Mas..., acredito eu..., as mentes criativas não só aprendem com isso, mas vão além disso. Literalmente, vão além! Se uma escola condena as "viagens" de seus alunos, aí sim, comete um crime! E devaneios, sonhos, projetos existem. Inevitavelmente. Daí a dar um certo peso de importância e legalidade à livre criação dentro de um contexto de aprendizado, no momento em que o(a) professor(a) ensina, é outra conversa.
A verdade é que nem todos serão gênios, mas, desde que suas mentes estejam preparadas para superar o existente, acho que todos podem ser criativos. Para isso, contudo, na imensa maioria das vezes, é preciso dominar muito bem o que já existe.



De onde vem algo mais criativo (PARTE 2)

Autor: Raid71, designer britânico ("remixado duas vezes")

Esta é a segunda parte de como podemos fazer algo mais criativo. Vamos lá:

5) Jecanauta - o nome mais criativo!
Certo, nem tudo o que é criativo é bonito. Mas até hoje existe a discussão sobre dado concurso para dar nome a um certo robô, que tinha um brinquedo (Genius) acoplado. E o nome vencedor foi esse: Jecanauta. Na época do concurso, nem havia Internet, celular, etc. E por falar em concurso, vale a pena assistir ao vídeo da entrevista de Lucas Vandanezi Maciel (link aqui), vencedor de vários concursos culturais envolvendo frases. Sua criatividade consiste em usar, ao mesmo tempo, referências ao produto que está sendo promovido e as palavras exigidas na criação. Ok, as primeiras frases, como o próprio Jô falou, soam meio "idiotas", mas outras são extremamente inteligentes.

6) Quando não se sabe o alvo, erra-se muito
Na entrevista citada acima, mais para o final, é possível perceber que Lucas, cujo nome está ligado à agBook, cria mais de uma frase para o mesmo concurso. Aliás, cria inúmeras delas, e chega a "distribuí-las" a outras pessoas, com quem divide alguns prêmios. O fato é que, não sabendo ao certo qual alvo deve ser acertado, as tentativas são muitas, e os erros também. Em outras palavras, é preciso criar muito, e com muita diversidade, quando não sabemos exatamente a quem devemos agradar. Isso não significa que deve-se errar muito, antes de acertar, mas que devemos cercar o alvo por todos os lados possíveis e imaginaveis. Erros, dessa forma, são muito naturais.

7) Esteja preparado para errar
Claro que, se estamos procurando criar algo diferente, muitas coisas absurdas, aparentemente sem sentido, e mesmo imbecis, podem surgir. Em verdade, muitas coisas pensadas criativamente não vão servir para nada, e podem desagradar logo à primeira vista. Mas basta saber que tudo o que já existe, se não perdeu seu sabor criativo, em breve perderá. E essa busca por novos sabores ("saber" e "sabor" possuem a mesma origem etimológica), quem nos guia não é nosso "paladar" ("olfativo", "auditivo", etc.), acostumado com o que é comum, mas nossa imaginação. E pessoas que possuem restrição, trauma ou medo do erro, em geral restringem sua criatividade, quando pensam na reação dos outros. Não erre, pois não é errar o que buscamos. Mas busque, e erre tentando.

8) Não existe humor sem inteligência, mas a recíproca...
A definição que os psicólogos dão para o humor é "um choque entre o racional e o emocional" (ou algo assim). Em minha opinião, é um choque entre contextos que se entrelaçam por um liame racional. Bom, essa minha definição não chega a ser tão diferente quanto, mas demonstra que estamos lidando com contextos diferentes que, ao nosso ver, são possíveis. E esse "choque" vem da surpresa: nos surpreendemos quando nos deparamos com dois contextos absurdamente juntos, mas que são plausíveis numa mesma realidade, num mesmo momento. E isso nos faz rir, e é a essência do humor. Levando-se em conta que a percepção consciente é a parte racional, e todo contexto é forjado ao longo do tempo e acumula, por isso, emoções, e que inteligência é uma leitura de um estado (contexto) em comparação a alguma referência, temos o humor. O que surpreende, pois, é criativo. E uma anedota criada, com o tempo, perde a graça.

Continua...  (talvez)







De onde vem algo mais criativo (PARTE 1)

Autor: Raid71, designer britânico ("remixado" pelo estudante chinês)

Esta é a primeira parte de como podemos fazer algo mais criativo. Vamos lá:

1) Deus criou, o homem modificou: "tudo é remix"
Antes de ter uma idéia original, pense que alguém já imaginou algo semelhante. No site "Everything is a Remix" (aqui, no YouTube), é possível assistir cenas de "Indiana Jones" idênticas a filmes anteriores. E por mais que tenhamos uma essência divina de criação, não existe apenas e exclusivamente uma pessoa no mundo dotada de poderes criativos. A imagem acima, criada pelo designer Raid71, foi aprimorada por um estudante chinês e postada no Twitter, e ganhou o mundo com o falecimento de Steve Jobs. Aproveitar uma idéia também é criatividade. Não é mesmo, Spielberg?

2) "Think different"... ou melhor: "Visualize tudo diferente"
Tanto a maçã da Apple Computers, que originalmente tinha Isaac Newton em seu logotipo, quanto o famoso slogan, foram criados por agências de publicidade. A idéia original era que o computador fazia cálculos, e a imagem de "cálculo da natureza" estava associada à imagem de Newton. E a figura prosaica da maçã, com uma simples mordida, é tão comum quanto comer uma fruta no café-da-manhã. Mas não na visualização de uma empresa inovadora: a causa da descoberta das leis da física estava no que uma maçã pode causar, e seu impacto. Uma mordida muda tudo! (E, biblicamente, como mudou: o homem comeu da fruta da árvore do conhecimento). Visualize tudo de maneira diferente!

3) Idéias certas, no momento certo, com solução lucrativa
Poucos sabem que a Bolsa de Valores está associada tanto ao sucesso de Thomas Edison (que não foi o inventor da lâmpada, mas quem a fez com um filete incandescente em um bulbo sem oxigênio) quanto de Bill Gates (que teve seu sistema operacional desenvolvido em conjunto com, nada mais, nada menos, que Peter Norton - aquele, do famoso antivirus). O primeiro, estava passando por perto da Bolsa de NY quando se ofereceu para consertar uma máquina que havia quebrado: ele a desenvolveu e a automatizou, eliminando o fator humano, e ganhou dinheiro para investir em suas invenções. O segundo, desenvolveu uma planilha eletrônica, EXCEL, que passou a ser usada no lugar de contas e análises manuais, e ajudaram executivos a ganhar milhões. Se quiser ter uma ótima idéia, pense em modificar algo e no quanto outros irão lucrar com isso!

4) Superposição de realidades
Ainda falando de APPLE, e Jobs, o maior sucesso dos computadores pessoais (falem o que quiser!) vem do fato de apontar um cursor visual, que se desloca em duas dimensões, ao invés de ser deslocado linearmente pelas setas do teclado, e dele ser capaz de arrastar "objetos" na tela. Não por acaso, um dos elementos centrais dos primeiros computadores portáteis era um aplicativo que permitia desenhar! Ora, isso é transpor realidades! Atualmente, tocamos a tela e arrastamos ícones. Isso é mais do que interagir com uma máquina: é colocar atos humanos cotidianos, e tão comuns, em um "ambiente" novo. Na verdade, nada de novo, correto? Arrastamos folhas de papel em nossas mesas todos os dias. Mas quando temos à nossa frente a possibilidade de fazer isso de maneira diferente, em uma realidade modificada, é com a pura criatividade que estamos lidando.

Continua...







segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"Algo mais" criativo!

 
Há uma maneira rápida de saber o quanto sua ideia é criativa: pesquise na Internet.
Pois é... eu pesquisei o título que inicialmente havia dado a este blog. E o que eu encontrei? Dezenas de sites que tratavam de coisas semelhantes, inclusive nas mesmas áreas em que atuo.
Pensei no óbvio: se estou lidando com criatividade, preciso de algo mais criativo! 
Dois segundos mais tarde, percebi que já havia encontrado - rsss... Às vezes, a solução criativa está mais perto do que se imagina!
A partir de então, pesquisei "algo mais criativo", na Internet. E... "uáhpa"! Apareceram coisas muito mais criativas! Inclusive criativas "ao extremo"!!! ( oO ), como o blog O começo de um novo fim, cujo título é... "Título, algo mais criativo que isso?" [Me lembrou a história de um camarada que tinha um cachorro que se chamava... "Cachorro".]
Em quase tudo é possível ser mais criativo. Como na busca por uma nova maneira de chamar uma pessoa, postado no site de perguntas e respostas do Yahoo!: Qual apelido para o nome Gerciane? , no qual a pessoa procurava algo mais criativo que "Gêh".
Bem, o prazo para envio de sugestões (para o alívio de Gerciane) acabou, mas... será que alguém ainda se habilita?
FONTE DA IMAGEM: Internet: pessoas sobre pintura de Edgar Müller



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Lenine, a internet em "pegadinhas" e Luiza no Canadá

Fonte: Wikipedia

Lenine pode não ter sido o primeiro, mas usou sua genialidade nordestina, junto a um certo traquejo carioca, para detonar a frase "Tá todo mundo aqui, menos Luiza, que está no Canadá". Quando lançada na internet, adquiriu um tom de pegadinha: "sabe quem é a Luiza?, aquela... que está no Canadá!".
Em menos de dez dias, os internautas disseminaram o "bordão-pegadinha" não por serem idiotas, como questionou o jornalista Carlos Nascimento, na noite de ontem (19/01/2012), mas por se tratar de uma novidade, uma pegadinha humorística, e pela frase ter nascido em seu berço naturalmente "conflitante" , numa propaganda que cita alguém descontextualizadamente, que deveria estar ali, mas não está.
Muitas piadas são idiotas, e rir delas não nos faz idiotas. Ao contrário, em um de meus livros, tratei do humor como sinal de inteligência (contextual), e da alegria como resultado de sucesso (linear). A palava que define os autistas, inicialmente rotulados de idiotas, mantém significado parecido a idiota: alguém que vive em seu próprio mundo. E autistas possuem senso de humor bastante restrito, embora possam ser pessoas bem alegres.
Quem não buscar saber quem é Luiza, ficará em seu próprio mundo, e não achará graça. Quem buscou e viu que se tratava de algo relacionado ao mundo do pai da moça, e de sua família, identificou que a frase era idiota, imediatamente (e pode não ter achado graça também). Mas quem usou essa frase, nos mais diversos contextos, na última semana, com certeza se divertiu muito, tanto da reação de quem entendeu, quanto daqueles que entenderam patavinas!
Fato é que essa pérola pode ser tanto engraçada como novidade em um jogo contextual (humor tipicamente brasileiro, incluindo os bordões) ou como humor linear, em que todos esperam que a piada seja completada por alguém (algo tipicamente norte-americano).

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Escrever um livro


É comum a pergunta "quanto tempo você levou para escrever um livro?". A resposta mais comum é: depende. Mas essa não é bem a questão principal (depender de inúmeros fatores).
Quem escreve um parágrafo por dia, com idéias diferentes surgindo a cada 24 horas, pode pensar em escrever um livro, tranquilamente. Quem escreve dois parágrafos por dia, sobre assuntos diferentes, pode começar a escrever um livro sem muita dificuldade. O maior obstáculo, contudo, está em lidar com a criatividade: toda criação é espontânea, embora precise ser burilada posteriormente. E se apegar a detalhes é uma perda de tempo e esforço, se isso acontecer na hora errada.
Como diz Christian Barbosa: "Ai está o maior problema das pessoas que querem escrever seus livros: eles voltam demais no texto" (Link aqui) . Daí, perdem tempo, e a obra pode durar anos, ou nem ser finalizada.
A preocupação com detalhes tolhe a criatividade.
Uma possível solução? Escrever capítulos pequenos, de dois ou três parágrafos, como fez Machado de Assis, em seu primeiro livro: "Dom Casmurro". (Sim, outros dois livros anteriores de Machado foram escritos em forma de folhetins em jornal, em partes e periodicamente.)
 *Fonte da imagem: GETTY IMAGES

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Metralhadora Rebelde

Poucos sabem que a abrasileirada novela "Rebelde", da Record, é traduzida para o espanhol e repassada no México. Sendo um "remake" de novelas homônimas (ou quase), tem a autoria de Margareth Boury, que aprimorou o estilo de "metralhar" diálogos: raro ver um personagem dizer mais do que uma frase.
No site oficial, foi anunciado, no capítulo de hoje, um jogo entre meninos e meninas: contável em "segundos", no tempo de exibição.
Pelo visto, o conteúdo foi adensado** e as cenas, quando duram mais do que deveriam, são adentradas por imagens que dividem a tela. Ou seja, uma parte importante da criatividade é, justamente, a atividade, e "Rebelde", para um público muito jovem, não podia ser diferente.
Como disse Paulo Francis certa vez: um filme, se tratando de um "movie", precisa ter movimento. 
* Fonte da imagem: site oficial
** Ainda se discute se a novela, que teve início em 2011, terá fôlego para uma segunda temporada.

Corações Feridos

Na mesma semana do início do BBB12, estreou "Corações Feridos", no SBT.  
Como bem diz Luiz Felipe Petrucelli, no grupo de discussão Roteiros On line, criar "estórias" mirabolantes não é ousar, mas "viajar na maionese". Para ele, ousar é escrever algo como "SARAMANDAIA, QUE REI SOU EU, VAMP, A VIAGEM e CORDEL ENCANTADO".
O que mais me chama a atenção não é o fato de a adaptadora Íris Abravanel ter pegado uma novela mexicana (com dramas "similares" [sic!] ao nosso povo), nem a edição ser pouco criativa, ou as críticas à atuação passageira de Paulo Zulu, mas o fato de o folhetim já estar pronto, completamente pronto! 
Em outras palavras, dificilmente será possível modificar algo durante o percurso da telenovela. Se algo não vai bem, como demonstrou a pouca audiência na estréia, surge o desafio quase impossível de inserir algo diferenciado nessa obra. 
*Fonte da imagem: SBT

"As Gorduchas" do Jô

Quadro "La toilette", do satírico pintor colombiano Fernando Botero
Fonte: http://www.oilpaintings-sales.com/oil-paintings/fernando-botero-la-toilette-80304.html 

Já que citei o livro "As Esganadas", de Jô Soares, no post anterior, e sem querer fazer uma crítica (mas já criticando, parafraseando o elíptico humorista), gostaria de comentar sobre duas das diversas formas criativas: a adaptação e a originalidade. 
Quem acompanha assiduamente o programa do Jô, provavelmente não irá achar muita graça nesse novo livro. Ora, é preciso ressaltar que "As Esganadas" não é uma obra especificamente! voltada para esse fim. Apenas achei que faltou uma coisa, em todo o livro: ênfase!
Na minha opinião, Jô poderia ter "carregado mais na tinta", mas atualmente o apresentador tem adotado um tom bastante ameno, de maneira geral, sobre todos os assuntos, em comparação ao seu dom satírico e tão usual, que permeia seu estilo bastante conhecido do público.


A "Barreira dos 75%"

Parece que algumas obras chegam perto de seu final, algo em torno de 75%, e encaram algum tipo de "barreira" que é difícil de definir. Foi o que percebi em alguns livros, especialmente. Como no recentemente lido "As Esganadas", de Jô Soares (algo bem sutil) e "Budapeste", de Chico Buarque. No caso de "Budapeste", Chico não está sozinho: com um grande clássico da Literatura Mundial, acontece o mesmo: "Don Quixote de la Mancha", de Miguel de Cervantes y Saavedra. Em ambos os livros, o personagem principal mergulha numa espécie de depressão psicológica em meio ao questionamento: "volto (para a cidade, no caso de Chico) ou não volto (para as batalhas imaginárias, no caso de Cervantes)", e essa "barreira" ocorre a menos de um terço do final, cujo bom rompimento depende, essencialmente, da criatividade do autor.
 *Fonte da imagem: http://www.tienda-medieval.com/pt/64-Dom-Quixote-sentado-Armor.html