terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

De onde vem algo mais criativo (PARTE 2)

Autor: Raid71, designer britânico ("remixado duas vezes")

Esta é a segunda parte de como podemos fazer algo mais criativo. Vamos lá:

5) Jecanauta - o nome mais criativo!
Certo, nem tudo o que é criativo é bonito. Mas até hoje existe a discussão sobre dado concurso para dar nome a um certo robô, que tinha um brinquedo (Genius) acoplado. E o nome vencedor foi esse: Jecanauta. Na época do concurso, nem havia Internet, celular, etc. E por falar em concurso, vale a pena assistir ao vídeo da entrevista de Lucas Vandanezi Maciel (link aqui), vencedor de vários concursos culturais envolvendo frases. Sua criatividade consiste em usar, ao mesmo tempo, referências ao produto que está sendo promovido e as palavras exigidas na criação. Ok, as primeiras frases, como o próprio Jô falou, soam meio "idiotas", mas outras são extremamente inteligentes.

6) Quando não se sabe o alvo, erra-se muito
Na entrevista citada acima, mais para o final, é possível perceber que Lucas, cujo nome está ligado à agBook, cria mais de uma frase para o mesmo concurso. Aliás, cria inúmeras delas, e chega a "distribuí-las" a outras pessoas, com quem divide alguns prêmios. O fato é que, não sabendo ao certo qual alvo deve ser acertado, as tentativas são muitas, e os erros também. Em outras palavras, é preciso criar muito, e com muita diversidade, quando não sabemos exatamente a quem devemos agradar. Isso não significa que deve-se errar muito, antes de acertar, mas que devemos cercar o alvo por todos os lados possíveis e imaginaveis. Erros, dessa forma, são muito naturais.

7) Esteja preparado para errar
Claro que, se estamos procurando criar algo diferente, muitas coisas absurdas, aparentemente sem sentido, e mesmo imbecis, podem surgir. Em verdade, muitas coisas pensadas criativamente não vão servir para nada, e podem desagradar logo à primeira vista. Mas basta saber que tudo o que já existe, se não perdeu seu sabor criativo, em breve perderá. E essa busca por novos sabores ("saber" e "sabor" possuem a mesma origem etimológica), quem nos guia não é nosso "paladar" ("olfativo", "auditivo", etc.), acostumado com o que é comum, mas nossa imaginação. E pessoas que possuem restrição, trauma ou medo do erro, em geral restringem sua criatividade, quando pensam na reação dos outros. Não erre, pois não é errar o que buscamos. Mas busque, e erre tentando.

8) Não existe humor sem inteligência, mas a recíproca...
A definição que os psicólogos dão para o humor é "um choque entre o racional e o emocional" (ou algo assim). Em minha opinião, é um choque entre contextos que se entrelaçam por um liame racional. Bom, essa minha definição não chega a ser tão diferente quanto, mas demonstra que estamos lidando com contextos diferentes que, ao nosso ver, são possíveis. E esse "choque" vem da surpresa: nos surpreendemos quando nos deparamos com dois contextos absurdamente juntos, mas que são plausíveis numa mesma realidade, num mesmo momento. E isso nos faz rir, e é a essência do humor. Levando-se em conta que a percepção consciente é a parte racional, e todo contexto é forjado ao longo do tempo e acumula, por isso, emoções, e que inteligência é uma leitura de um estado (contexto) em comparação a alguma referência, temos o humor. O que surpreende, pois, é criativo. E uma anedota criada, com o tempo, perde a graça.

Continua...  (talvez)







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