sábado, 18 de fevereiro de 2012

Novela brasileira e a antecipação da realidade

O que Júlio Verne e algumas novelas brasileiras possuem em comum? A antecipação de coisas que poderão acontecer no futuro! Mais que isso, algumas novelas se aproveitaram do momento de descobertas, como "O CLONE", de Glória Perez.
Atualmente, duas novelas globais falam do mesmo assunto: a doação de gametas para outras pessoas que, por afinidade emocional, requerem a paternidade do rebento.
Criatividade? Bom, amigos, não sejamos ingênuos a ponto de descartar totalmente a possibilidade de autores de uma mesma emissora não trocarem opiniões em reuniões corporativas.
Uma indicação de que isso acontece foi a recente acusação de Aguinaldo Silva contra Walcyr Carrasco sobre o aproveitamento de uma personagem mãe, trabalhadora, que luta para que o filho, que a despreza, termine a faculdade. (Mais detalhes aqui: Novelistas Walcyr Carrasco e Aguinaldo Silva brigam na Globo por tramas parecidas)


* FONTE DA IMAGEM: http://unisite.com.br/Saude/28297/Personagens-de-novelas-que-se-tornam-simbolos-sexuais-estao-relacionados-a-sensualidade-brasileira.xhtml




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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Criando um Sherlock Holmes

Sherlock Holmes não foi o primeiro detetive na história da literatura policial e de mistério a aplicar métodos para resolver seus crimes, mas Arthur Conan Doyle se destacou pela inventividade. Da leitura de "Um Estudo em Vermelho", o primeiro livro, é posível observar que, além das referências a personagens de ficção famosos na literatura de sua época (dos quais escarnece) e de algumas técnicas que viriam a ser exaustivamente utilizadas por outros autores, como "quebrar" a história para entrar com uma ramificação narrativa que se "encontra" com a primeira (como fez Sidney Sheldon em "O Plano Perfeito), destaco uma fala de Sherlock Holmes ao detetive Gregson, colega e concorrente do famoso detetive Lestrade: "Dê uma lida na história, não deixe de fazê-lo. Nunca há nada de novo sob o Sol. Tudo já foi feito antes".
É certo que a humorada frase de Chacrinha, "Na televisão nada se cria, tudo se copia", pode ser um certo exagero, mas, vindo de alguém como Conan Doyle, é preciso repensar algumas coisas, quando a intenção é criar algo novo. Aliás, o próprio criador do famoso detetive chegou a "matá-lo" para se dedicar a romances históricos, o que nos dá uma grande "dica" para elaborar personagens com carisma intelectual: conhecer muito bem de história!

* FONTE DA IMAGEM: The Baker Street Blog (http://www.bakerstreetblog.com)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Juro, eu não sei fazer contas, operações matemáticas...


 ... não do jeito que me foi ensinado na escola.
Eu confesso, quando tenho que fazer alguma "conta de somar", do tipo 8 + 16, eu faço do 16 um 14, completo o oito e "fecho" uma dezena, para facilitar.
Quando eu estava na escola, minhas contas de multiplicar tinham uma conformação, no papel, diferente do normal: aqueles numerozinhos que "vão" (do tipo "vai um", "vai três", etc.) ficavam "escalonados" quando eu precisava "tirar a prova real". Assim eu os "descia" apenas por verificação visual.
Difícil de entender? Que seja, não recomendo esse "meu método" para ninguém. 
Fiquei ligeiramente consolado quando, na "extinta" revista SUPERINTERESSANTE (não é o que já foi, um dia, essa publicação), um professor relatou, em sua matéria, que certa professora repreendeu uma aluna porque ela estava usando soma na operação de divisão, para calcular o "resto".
Na minha visão, muitos alunos, isto é, crianças, possuem dificuldade para aprender porque procuram "fazer encontrar" a solução proposta com sua própria concepção. E, às vezes, por serem rebeldes, se recusam a aceitar o método "imposto" (pelo menos, durante algum tempo; alguns com menor autoestima "desistem", de certa forma, e isso é muito ruim). Educar, etimologicamente, na opinião de alguns especialistas, é "trazer para fora". Para outros, é moldar. Particularmente, acho que são as duas coisas, alternadamente.
Postei o vídeo acima porque os educadores, o casal Toffler, mostram que o sistema indiano de ensino procura incentivar a criatividade "multiplicando" a tabuada (o que, é claro, eles discordam).
*FONTE DA IMAGEM: YouTube - Alvin Toffler on Education

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

As escolas matam a criatividade?

Ken Robinson, em palestra para a TED, uma ONG que tem as iniciais de Technology, Entertainment, Design.

Ken Robinson (Sir) é genial. Por que? Porque jamais vi um britânico com senso de humor igual!!!
Quanto à sua palestra "As escolas matam a criatividade", de 2006 (link aqui), é imperdível. Mas discordo um pouco dessa afirmação.
Dois mitos precisam ser demolidos:  I. os maiores gênios tinham dificuldade com a escola, logo, a escola tolhe a genialidade (e a criatividade); II. a escola precisa ser um lugar de produção de criatividade.
Em minha modesta, rude (raro!) e sintética opinião, os gênios mais populares da humanidade enfrentaram inúmeros fatores antes de se tornarem geniais, e a restrição da escola, na imposição de aprendizados e regras, algumas vezes esteve presente.
Há uma certa contradição, nessa palestra. Em um dos exemplos citados, uma aluna com dificuldades se tornou exímia bailarina e genial coreógrafa: foi para uma escola de dança.  Mas duvido que tenha deixado de ir às aulas de Matemática.
A escola impõem muitas coisas: saberes, horários, comportamentos... Mas..., acredito eu..., as mentes criativas não só aprendem com isso, mas vão além disso. Literalmente, vão além! Se uma escola condena as "viagens" de seus alunos, aí sim, comete um crime! E devaneios, sonhos, projetos existem. Inevitavelmente. Daí a dar um certo peso de importância e legalidade à livre criação dentro de um contexto de aprendizado, no momento em que o(a) professor(a) ensina, é outra conversa.
A verdade é que nem todos serão gênios, mas, desde que suas mentes estejam preparadas para superar o existente, acho que todos podem ser criativos. Para isso, contudo, na imensa maioria das vezes, é preciso dominar muito bem o que já existe.



De onde vem algo mais criativo (PARTE 2)

Autor: Raid71, designer britânico ("remixado duas vezes")

Esta é a segunda parte de como podemos fazer algo mais criativo. Vamos lá:

5) Jecanauta - o nome mais criativo!
Certo, nem tudo o que é criativo é bonito. Mas até hoje existe a discussão sobre dado concurso para dar nome a um certo robô, que tinha um brinquedo (Genius) acoplado. E o nome vencedor foi esse: Jecanauta. Na época do concurso, nem havia Internet, celular, etc. E por falar em concurso, vale a pena assistir ao vídeo da entrevista de Lucas Vandanezi Maciel (link aqui), vencedor de vários concursos culturais envolvendo frases. Sua criatividade consiste em usar, ao mesmo tempo, referências ao produto que está sendo promovido e as palavras exigidas na criação. Ok, as primeiras frases, como o próprio Jô falou, soam meio "idiotas", mas outras são extremamente inteligentes.

6) Quando não se sabe o alvo, erra-se muito
Na entrevista citada acima, mais para o final, é possível perceber que Lucas, cujo nome está ligado à agBook, cria mais de uma frase para o mesmo concurso. Aliás, cria inúmeras delas, e chega a "distribuí-las" a outras pessoas, com quem divide alguns prêmios. O fato é que, não sabendo ao certo qual alvo deve ser acertado, as tentativas são muitas, e os erros também. Em outras palavras, é preciso criar muito, e com muita diversidade, quando não sabemos exatamente a quem devemos agradar. Isso não significa que deve-se errar muito, antes de acertar, mas que devemos cercar o alvo por todos os lados possíveis e imaginaveis. Erros, dessa forma, são muito naturais.

7) Esteja preparado para errar
Claro que, se estamos procurando criar algo diferente, muitas coisas absurdas, aparentemente sem sentido, e mesmo imbecis, podem surgir. Em verdade, muitas coisas pensadas criativamente não vão servir para nada, e podem desagradar logo à primeira vista. Mas basta saber que tudo o que já existe, se não perdeu seu sabor criativo, em breve perderá. E essa busca por novos sabores ("saber" e "sabor" possuem a mesma origem etimológica), quem nos guia não é nosso "paladar" ("olfativo", "auditivo", etc.), acostumado com o que é comum, mas nossa imaginação. E pessoas que possuem restrição, trauma ou medo do erro, em geral restringem sua criatividade, quando pensam na reação dos outros. Não erre, pois não é errar o que buscamos. Mas busque, e erre tentando.

8) Não existe humor sem inteligência, mas a recíproca...
A definição que os psicólogos dão para o humor é "um choque entre o racional e o emocional" (ou algo assim). Em minha opinião, é um choque entre contextos que se entrelaçam por um liame racional. Bom, essa minha definição não chega a ser tão diferente quanto, mas demonstra que estamos lidando com contextos diferentes que, ao nosso ver, são possíveis. E esse "choque" vem da surpresa: nos surpreendemos quando nos deparamos com dois contextos absurdamente juntos, mas que são plausíveis numa mesma realidade, num mesmo momento. E isso nos faz rir, e é a essência do humor. Levando-se em conta que a percepção consciente é a parte racional, e todo contexto é forjado ao longo do tempo e acumula, por isso, emoções, e que inteligência é uma leitura de um estado (contexto) em comparação a alguma referência, temos o humor. O que surpreende, pois, é criativo. E uma anedota criada, com o tempo, perde a graça.

Continua...  (talvez)







De onde vem algo mais criativo (PARTE 1)

Autor: Raid71, designer britânico ("remixado" pelo estudante chinês)

Esta é a primeira parte de como podemos fazer algo mais criativo. Vamos lá:

1) Deus criou, o homem modificou: "tudo é remix"
Antes de ter uma idéia original, pense que alguém já imaginou algo semelhante. No site "Everything is a Remix" (aqui, no YouTube), é possível assistir cenas de "Indiana Jones" idênticas a filmes anteriores. E por mais que tenhamos uma essência divina de criação, não existe apenas e exclusivamente uma pessoa no mundo dotada de poderes criativos. A imagem acima, criada pelo designer Raid71, foi aprimorada por um estudante chinês e postada no Twitter, e ganhou o mundo com o falecimento de Steve Jobs. Aproveitar uma idéia também é criatividade. Não é mesmo, Spielberg?

2) "Think different"... ou melhor: "Visualize tudo diferente"
Tanto a maçã da Apple Computers, que originalmente tinha Isaac Newton em seu logotipo, quanto o famoso slogan, foram criados por agências de publicidade. A idéia original era que o computador fazia cálculos, e a imagem de "cálculo da natureza" estava associada à imagem de Newton. E a figura prosaica da maçã, com uma simples mordida, é tão comum quanto comer uma fruta no café-da-manhã. Mas não na visualização de uma empresa inovadora: a causa da descoberta das leis da física estava no que uma maçã pode causar, e seu impacto. Uma mordida muda tudo! (E, biblicamente, como mudou: o homem comeu da fruta da árvore do conhecimento). Visualize tudo de maneira diferente!

3) Idéias certas, no momento certo, com solução lucrativa
Poucos sabem que a Bolsa de Valores está associada tanto ao sucesso de Thomas Edison (que não foi o inventor da lâmpada, mas quem a fez com um filete incandescente em um bulbo sem oxigênio) quanto de Bill Gates (que teve seu sistema operacional desenvolvido em conjunto com, nada mais, nada menos, que Peter Norton - aquele, do famoso antivirus). O primeiro, estava passando por perto da Bolsa de NY quando se ofereceu para consertar uma máquina que havia quebrado: ele a desenvolveu e a automatizou, eliminando o fator humano, e ganhou dinheiro para investir em suas invenções. O segundo, desenvolveu uma planilha eletrônica, EXCEL, que passou a ser usada no lugar de contas e análises manuais, e ajudaram executivos a ganhar milhões. Se quiser ter uma ótima idéia, pense em modificar algo e no quanto outros irão lucrar com isso!

4) Superposição de realidades
Ainda falando de APPLE, e Jobs, o maior sucesso dos computadores pessoais (falem o que quiser!) vem do fato de apontar um cursor visual, que se desloca em duas dimensões, ao invés de ser deslocado linearmente pelas setas do teclado, e dele ser capaz de arrastar "objetos" na tela. Não por acaso, um dos elementos centrais dos primeiros computadores portáteis era um aplicativo que permitia desenhar! Ora, isso é transpor realidades! Atualmente, tocamos a tela e arrastamos ícones. Isso é mais do que interagir com uma máquina: é colocar atos humanos cotidianos, e tão comuns, em um "ambiente" novo. Na verdade, nada de novo, correto? Arrastamos folhas de papel em nossas mesas todos os dias. Mas quando temos à nossa frente a possibilidade de fazer isso de maneira diferente, em uma realidade modificada, é com a pura criatividade que estamos lidando.

Continua...