segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"Algo mais" criativo!

 
Há uma maneira rápida de saber o quanto sua ideia é criativa: pesquise na Internet.
Pois é... eu pesquisei o título que inicialmente havia dado a este blog. E o que eu encontrei? Dezenas de sites que tratavam de coisas semelhantes, inclusive nas mesmas áreas em que atuo.
Pensei no óbvio: se estou lidando com criatividade, preciso de algo mais criativo! 
Dois segundos mais tarde, percebi que já havia encontrado - rsss... Às vezes, a solução criativa está mais perto do que se imagina!
A partir de então, pesquisei "algo mais criativo", na Internet. E... "uáhpa"! Apareceram coisas muito mais criativas! Inclusive criativas "ao extremo"!!! ( oO ), como o blog O começo de um novo fim, cujo título é... "Título, algo mais criativo que isso?" [Me lembrou a história de um camarada que tinha um cachorro que se chamava... "Cachorro".]
Em quase tudo é possível ser mais criativo. Como na busca por uma nova maneira de chamar uma pessoa, postado no site de perguntas e respostas do Yahoo!: Qual apelido para o nome Gerciane? , no qual a pessoa procurava algo mais criativo que "Gêh".
Bem, o prazo para envio de sugestões (para o alívio de Gerciane) acabou, mas... será que alguém ainda se habilita?
FONTE DA IMAGEM: Internet: pessoas sobre pintura de Edgar Müller



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Lenine, a internet em "pegadinhas" e Luiza no Canadá

Fonte: Wikipedia

Lenine pode não ter sido o primeiro, mas usou sua genialidade nordestina, junto a um certo traquejo carioca, para detonar a frase "Tá todo mundo aqui, menos Luiza, que está no Canadá". Quando lançada na internet, adquiriu um tom de pegadinha: "sabe quem é a Luiza?, aquela... que está no Canadá!".
Em menos de dez dias, os internautas disseminaram o "bordão-pegadinha" não por serem idiotas, como questionou o jornalista Carlos Nascimento, na noite de ontem (19/01/2012), mas por se tratar de uma novidade, uma pegadinha humorística, e pela frase ter nascido em seu berço naturalmente "conflitante" , numa propaganda que cita alguém descontextualizadamente, que deveria estar ali, mas não está.
Muitas piadas são idiotas, e rir delas não nos faz idiotas. Ao contrário, em um de meus livros, tratei do humor como sinal de inteligência (contextual), e da alegria como resultado de sucesso (linear). A palava que define os autistas, inicialmente rotulados de idiotas, mantém significado parecido a idiota: alguém que vive em seu próprio mundo. E autistas possuem senso de humor bastante restrito, embora possam ser pessoas bem alegres.
Quem não buscar saber quem é Luiza, ficará em seu próprio mundo, e não achará graça. Quem buscou e viu que se tratava de algo relacionado ao mundo do pai da moça, e de sua família, identificou que a frase era idiota, imediatamente (e pode não ter achado graça também). Mas quem usou essa frase, nos mais diversos contextos, na última semana, com certeza se divertiu muito, tanto da reação de quem entendeu, quanto daqueles que entenderam patavinas!
Fato é que essa pérola pode ser tanto engraçada como novidade em um jogo contextual (humor tipicamente brasileiro, incluindo os bordões) ou como humor linear, em que todos esperam que a piada seja completada por alguém (algo tipicamente norte-americano).

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Escrever um livro


É comum a pergunta "quanto tempo você levou para escrever um livro?". A resposta mais comum é: depende. Mas essa não é bem a questão principal (depender de inúmeros fatores).
Quem escreve um parágrafo por dia, com idéias diferentes surgindo a cada 24 horas, pode pensar em escrever um livro, tranquilamente. Quem escreve dois parágrafos por dia, sobre assuntos diferentes, pode começar a escrever um livro sem muita dificuldade. O maior obstáculo, contudo, está em lidar com a criatividade: toda criação é espontânea, embora precise ser burilada posteriormente. E se apegar a detalhes é uma perda de tempo e esforço, se isso acontecer na hora errada.
Como diz Christian Barbosa: "Ai está o maior problema das pessoas que querem escrever seus livros: eles voltam demais no texto" (Link aqui) . Daí, perdem tempo, e a obra pode durar anos, ou nem ser finalizada.
A preocupação com detalhes tolhe a criatividade.
Uma possível solução? Escrever capítulos pequenos, de dois ou três parágrafos, como fez Machado de Assis, em seu primeiro livro: "Dom Casmurro". (Sim, outros dois livros anteriores de Machado foram escritos em forma de folhetins em jornal, em partes e periodicamente.)
 *Fonte da imagem: GETTY IMAGES

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Metralhadora Rebelde

Poucos sabem que a abrasileirada novela "Rebelde", da Record, é traduzida para o espanhol e repassada no México. Sendo um "remake" de novelas homônimas (ou quase), tem a autoria de Margareth Boury, que aprimorou o estilo de "metralhar" diálogos: raro ver um personagem dizer mais do que uma frase.
No site oficial, foi anunciado, no capítulo de hoje, um jogo entre meninos e meninas: contável em "segundos", no tempo de exibição.
Pelo visto, o conteúdo foi adensado** e as cenas, quando duram mais do que deveriam, são adentradas por imagens que dividem a tela. Ou seja, uma parte importante da criatividade é, justamente, a atividade, e "Rebelde", para um público muito jovem, não podia ser diferente.
Como disse Paulo Francis certa vez: um filme, se tratando de um "movie", precisa ter movimento. 
* Fonte da imagem: site oficial
** Ainda se discute se a novela, que teve início em 2011, terá fôlego para uma segunda temporada.

Corações Feridos

Na mesma semana do início do BBB12, estreou "Corações Feridos", no SBT.  
Como bem diz Luiz Felipe Petrucelli, no grupo de discussão Roteiros On line, criar "estórias" mirabolantes não é ousar, mas "viajar na maionese". Para ele, ousar é escrever algo como "SARAMANDAIA, QUE REI SOU EU, VAMP, A VIAGEM e CORDEL ENCANTADO".
O que mais me chama a atenção não é o fato de a adaptadora Íris Abravanel ter pegado uma novela mexicana (com dramas "similares" [sic!] ao nosso povo), nem a edição ser pouco criativa, ou as críticas à atuação passageira de Paulo Zulu, mas o fato de o folhetim já estar pronto, completamente pronto! 
Em outras palavras, dificilmente será possível modificar algo durante o percurso da telenovela. Se algo não vai bem, como demonstrou a pouca audiência na estréia, surge o desafio quase impossível de inserir algo diferenciado nessa obra. 
*Fonte da imagem: SBT

"As Gorduchas" do Jô

Quadro "La toilette", do satírico pintor colombiano Fernando Botero
Fonte: http://www.oilpaintings-sales.com/oil-paintings/fernando-botero-la-toilette-80304.html 

Já que citei o livro "As Esganadas", de Jô Soares, no post anterior, e sem querer fazer uma crítica (mas já criticando, parafraseando o elíptico humorista), gostaria de comentar sobre duas das diversas formas criativas: a adaptação e a originalidade. 
Quem acompanha assiduamente o programa do Jô, provavelmente não irá achar muita graça nesse novo livro. Ora, é preciso ressaltar que "As Esganadas" não é uma obra especificamente! voltada para esse fim. Apenas achei que faltou uma coisa, em todo o livro: ênfase!
Na minha opinião, Jô poderia ter "carregado mais na tinta", mas atualmente o apresentador tem adotado um tom bastante ameno, de maneira geral, sobre todos os assuntos, em comparação ao seu dom satírico e tão usual, que permeia seu estilo bastante conhecido do público.


A "Barreira dos 75%"

Parece que algumas obras chegam perto de seu final, algo em torno de 75%, e encaram algum tipo de "barreira" que é difícil de definir. Foi o que percebi em alguns livros, especialmente. Como no recentemente lido "As Esganadas", de Jô Soares (algo bem sutil) e "Budapeste", de Chico Buarque. No caso de "Budapeste", Chico não está sozinho: com um grande clássico da Literatura Mundial, acontece o mesmo: "Don Quixote de la Mancha", de Miguel de Cervantes y Saavedra. Em ambos os livros, o personagem principal mergulha numa espécie de depressão psicológica em meio ao questionamento: "volto (para a cidade, no caso de Chico) ou não volto (para as batalhas imaginárias, no caso de Cervantes)", e essa "barreira" ocorre a menos de um terço do final, cujo bom rompimento depende, essencialmente, da criatividade do autor.
 *Fonte da imagem: http://www.tienda-medieval.com/pt/64-Dom-Quixote-sentado-Armor.html